Meninas Brilhantes: A história de Estrela
O projeto de extensão Meninas na Ciência, do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), lança o livro “A história de Estrela”, o primeiro da série “Meninas Brilhantes”.
O livro conta a história de uma jovem chamada Estrela, apaixonada por Astronomia, que equilibra sua curiosidade científica com momentos divertidos ao lado das amigas na escola. Quando o grupo enfrenta um desafio ao apresentar um projeto de ciências, a situação as une ainda mais. A descoberta de um presente especial leva Estrela a conhecer a história inspiradora da astrofísica Jocelyn Bell Burnell, que em 1967 identificou um pulsar, enfrentando a falta de reconhecimento por seu feito revolucionário. Movidas pela trajetória de Jocelyn e pela busca por justiça, Estrela e suas amigas encontram uma forma de compartilhar suas experiências e dar voz a outras meninas e mulheres na ciência.
As autoras
A obra foi elaborada pela professora Gabriela Kaiana Ferreira, coordenadora do projeto, e pelas bolsistas Rosa Maria Pereira Miranda, Erica do Rosário Tischer e Roberta Machado Franco Rodrigues, estudantes do Colégio de Aplicação da UFSC.
O pré-lançamento do livro aconteceu dia 31 de julho no evento Fazendo Gênero 13 (fotos abaixo).
A obra já está disponível para aquisição no site da Editora Inverso. Ao comprar na pré-venda você receberá um brinde especial que tem tudo a ver com a protagonista desta história (válido até o dia 01/10).
Mais informações podem ser acessadas no Instagram do projeto ou nesta publicação aqui.
Reflexões
Este livro é resultado do que a criatividade e o afeto podem proporcionar: um projeto desenvolvido por mãos carinhosas, ouvidos atentos e vozes vibrantes que encontraram espaço numa pequena sala – às vezes real às vezes virtual – da UFSC.
Parte dessa história começou em 2020 quando criei o Projeto de Extensão “Meninas na Ciência” (@meninasnaciencia_ufsc) que tem como objetivos estimular o interesse de meninas e mulheres pelas ciências exatas, engenharias e tecnologias, incentivar a busca por profissões e carreiras científicas, e combater estereótipos e preconceitos de gênero nessas áreas, predominantemente ocupadas por homens. Durante estes cinco anos de existência foram desenvolvidas uma série de atividades que envolveram a participação de centenas de estudantes do ensino fundamental e ensino médio, com a colaboração de dezenas de estudantes de graduação e de pós-graduação bolsistas e voluntárias, e de professores e professoras.
No meio desse caminho, após muitas leituras sobre trajetórias de cientistas em diferentes áreas, das cientistas do passado às cientistas dos dias atuais, veio o desejo de escrever uma história para compartilhar a riqueza do que vivia diariamente. Sabia que seria um desafio transpor o estilo dos relatórios de pesquisa, dos textos acadêmicos e didáticos, mas a aventura valeria a pena.
Nutrida pela dedicação e criatividade de Rosa Maria, Erica e Roberta, começamos a escrever a história de uma menina sem nome. Confesso que não nos preocupávamos com identificar as personagens, em atribuir idade e características muito específicas, ou ainda com qual seria o desfecho da história. Simplesmente escrevíamos – todas juntas ou individualmente – na medida em que as ideias iam surgindo. Nosso objetivo era que durante o processo de contar essa história nos divertíssemos e emocionássemos. De fato as gargalhadas não foram poucas e com frequência eu sentia meus olhos marejados, lendo e relendo o que estávamos produzindo. A emoção era mais forte ao me dar conta do meu papel enquanto orientadora de três meninas brilhantes e por imaginar o quão longe o brilho delas era capaz de alcançar.
Ao mesmo tempo, antes mesmo de ter um nome próprio, a protagonista dessa história já cintilava e Estrela foi batizada no momento em que conheceu a trajetória de Jocelyn Bell Burnell, astrofísica briânica que descobriu um tipo específico de estrela denominada pulsar.
Estrela foi batizada em homenagem à Jocelyn e à cada menina brilhante. Sabemos que as estrelas iluminam o universo desde seu início, e que muitas delas estão a muitos e muitos anos-luz de distância nos fornecendo uma imagem incrível do nosso passado. A nossa Estrela, que acaba de nascer, continuará a brilhar iluminando muitas meninas e mulheres no presente e no futuro.
Drª Gabriela Kaiana Ferreira
Coordenadora do Projeto Meninas na Ciência