Participantes do projeto de extensão ‘Meninas na Ciência’ da UFSC descobrem oito asteroides em programa da NASA

23/08/2023 17:40

As alunas integrantes da equipe do projeto ‘Meninas na Ciência’ participaram do programa nacional de Caça Asteroides MCTI, uma parceria entre o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação com o International Astronomical Search Colloboration (IASC) da NASA, a agência espacial norte-americana. Tendo como apoio o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a iniciativa objetiva aproximar a população da ciência cidadã. Além da edição nacional, as meninas também participaram da Campanha Internacional de Caça Asteroides (International Asteroid Search Campaign), promovida pelo mesmo programa, levando o nome da equipe ‘Meninas na Ciência UFSC’ para a competição a nível internacional. 

A equipe formada era composta por 5 meninas e mulheres, estudantes de Ensino Fundamental, Médio e de Graduação, que participaram de ambas as competições entre os meses de Julho e Agosto de 2023. Na campanha nacional promovida pelo MCTI, um asteroide foi descoberto e classificado como identificação preliminar já na campanha internacional outros sete asteroides preliminares foram encontrados, totalizando oito asteroides encontrados pela equipe. 

Imagem analisada e possível asteroide identificado

A competição nacional e internacional de Caça Asteroides acontece a partir do acesso às imagens captadas por telescópios (Pan-STARRS, pertencente à Universidade do Havaí), que são disponibilizadas no site do IASC e analisadas pelas equipes participantes com o auxílio do software Astrometrica

A detecção preliminar é catalogada após uma análise criteriosa das imagens. Os relatórios enviados pelas equipes são revisados e validados pelo IASC, para então serem submetidos ao Minor Planet Center (MPC), em Harvard, nos Estados Unidos. O MPC é reconhecido pela União Astronômica Internacional (IAU), como o repositório oficial mundial de dados sobre asteroides. Com o tempo, se confirmadas as detecções preliminares, após a validação, numeração e catalogação pelos grupos responsáveis, as alunas terão oportunidade de sugerir nomes aos asteroides que encontraram para a IAU, entidade responsável por fazer o anúncio oficial quando há uma comprovação. Esse processo leva de 3 a 5 anos para ser concluído.

O projeto ‘Meninas na Ciência’

O ‘Meninas na Ciência’ é um projeto de extensão vinculado ao Departamento de Física da UFSC. Criado em 2020, tem como objetivo estimular o interesse de meninas e mulheres pelas ciências exatas e tecnologias e incentivar a busca por profissões e carreiras científicas. O projeto é coordenado pela professora Gabriela Kaiana Ferreira e conta com a colaboração de bolsistas e voluntárias, que desenvolvem uma série de atividades envolvendo divulgação científica e combate a preconceitos e estereótipos sobre a presença de mulheres nas ciências exatas.

Dentre as atividades desenvolvidas ao longo deste ano, destaca-se o treinamento e organização de equipes para a participação na competição de Caça Asteroides, que possibilita às alunas participantes realizarem suas próprias contribuições ao encontrarem asteroides, enquanto aprendem sobre Astronomia na prática. O treinamento foi organizado e realizado pelas bolsistas Julia Medeiros e Carol Conti, ambas estudantes de graduação do curso de Física.  

Para a participação da equipe na competição, o projeto promoveu aula de treinamento presencial e reunião de grupo, além de fornecer material de apoio e a criação de um grupo em rede social para a comunicação mais rápida com as alunas. Nesse treinamento elas puderam aprender a realizar a identificação dos objetos astronômicos e a elaborar e enviar os relatórios com os possíveis asteroides encontrados. 

Treinamento para a Campanha Caça Asteroides realizada pela equipe do Projeto de Extensão Meninas na Ciência com a participação das estudantes da Educação Básica

 

Treinamento para a Campanha Caça Asteroides realizada pela equipe do Projeto de Extensão Meninas na Ciência com a participação das estudantes da Educação Básica

Propondo atividades como essa, o projeto ‘Meninas na Ciência’ busca divulgar as possibilidades profissionais de carreiras nas ciências exatas, engenharias e tecnologias para as meninas e mulheres, oportunizando às alunas o contato direto com a prática científica e, por consequência, contribuindo para o envolvimento das estudantes em atividades que busquem desenvolver suas habilidades em um espaço que lhe seja assegurado condições de igualdade de gênero.

A equipe do projeto ‘Meninas na Ciência’ para o caça asteroides e seus comentários

1. Ana Lindsey Nogueira Fernandes

Participar do projeto Meninas na Ciência foi incrível para mim, visto que, ter a chance de analisar dados e ajudar na ciência cidadã nos trás novas perspectivas de como a ciência de fato é, nos instiga curiosidade e paixão quando analisamos cuidadosamente os pacotes de imagem procurando por asteroides. Nos permite fugir das tarefas rotineiras e fazer algo realmente divertido, e que pode ser feito em conjunto.

As meninas participantes e organizadoras do projeto sempre dão auxílio as demais, para que tudo possa ser relatado apropriadamente.

 

2. Vanessa Bitencourt Stuart

Participar da caça aos asteroides com as Meninas na Ciência foi uma experiência única e incrível, e que permitiu conhecer uma nova perspectiva da ciência.

 

3. Helen Moreira Santos

O meninas na ciência na UFSC me deu a oportunidade de desenvolver meu interesse pelas ciências, e conhecer mais sobre como as mulheres estão inseridas nesse mercado de trabalho.

Quando me avisaram sobre o caça asteroides eu já sabia que queria participar, pois já tinha visto nas redes sociais sobre ele. Essa atividade me deu uma nova percepção sobre a astronomia e a computação, fiquei muito feliz de poder participar e ter um asteroide na lista preliminar.

 

 

4. Rafaella Amorim Rios

A desigualdade de gênero sempre esteve muito evidente para mim nessa área de atuação. Ao receber um convite para participar do projeto “As meninas na ciência e o Caça asteroide”, percebi a relevância da representatividade.

Lembrei-me de que, quando tinha seis anos de idade, já dizia à minha mãe que desejava ser médica e astronauta. Com 14 anos e dois anos participando do projeto, percebo o quanto posso ter um impacto positivo em outras meninas.

 

 

5. Ana Isadora Calazans Martins

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